INTRODUÇÃO
O ensino-aprendizagem de língua portuguesa com gêneros discursivos mostra-se, como uma ferramenta fundamental para uma construção significativa de conhecimentos inerentes à linguagem em suas manifestações de interação verbal entre os indivíduos. Assim, o gênero discursivo é entendido como as inúmeras realizações empíricas de texto como a crônica, carta, resumo, monografia... Segundo Bakthin (2003), gênero discursivo é uma forma de enunciado com uma função na sociedade, e são estáveis porque dependem da necessidade humana no contexto atual. Dessa forma, pressupõe-se que a comunicação verbal se dá por meio de algum gênero, posição essa defendida por Bakthin(1999) e Bronckart (1999) (apud DE SOUZA) (online), e adotada por boa parte dos que abordam a língua levando em consideração os seus aspectos discursivos e enunciativos. Essa visão corresponde a uma noção de língua como interação, ação social, capaz de levar o seu usuário a transformar o mundo em que vive.
Com a publicação dos PCNs de LP do Ensino Fundamental (Brasil, 1998), dos PCNEM (Brasil, 1999) e dos PCN+ (Brasil, 2002), estes documentos passaram a adotar o texto como unidade de ensino e os gêneros como objeto mediador do processo de ensino-aprendizagem. Todavia, essas publicações apresentam alguns “problemas”, principalmente os destinados ao Ensino Médio, segundo Moita Lopes (apud NASCIMENTO;DE BARROS) (online), com certeza, eles motivaram muitas reflexões e, conseqüentemente, incentivaram novos estudos na área do ensino de línguas, principalmente no que diz respeito ao “como” levar esses “novos” objetos de ensino para sala de aula.
Assim, o objetivo deste trabalho é analisar em que medida a proposta pedagógica apresentada no livro didático Português: Linguagens (CEREJA; MAGALHÃES, 2003), se aproxima dos estudos de gêneros discursivos apresentados pelos PCNs do Ensino Médio.
Quanto à metodologia utilizada é a de uma pesquisa bibliográfica, que partirá de um breve conceito sobre gêneros discursivos e crônica. Após far-se-á uma análise do capítulo 27 do livro de (CEREJA; MAGALHÃES, 2003), cujo objeto de trabalho é o gênero “crônica”. Logo, será feito uma descrição de como este gênero é apresentado aos alunos e, assim interpretar em que medida o uso da crônica é apresentado no livro em contraponto ao estabelecido pelos PCNs. Também comentar-se-á sobre a proposta dos autores com relação ao gênero “crônica” no manual do professor.
A elaboração deste relatório justifica-se, então pela necessidade de se obter parâmetros que direcionem o uso do gênero crônica no livro didático para o ensino de língua portuguesa em sala de aula.
sábado, 26 de janeiro de 2008
O LIVRO DIDÁTICO EM FOCO
O livro didático surgiu como um complemento aos livros clássicos. Assim, o livro didático é de uso restrito ao ambiente escolar, e reproduzia valores da sociedade, divulgando as ciências e a filosofia e reforçando a aprendizagem centrada na memorização. Porém, hoje o material didático tem uma função precípua, transferir os conhecimentos orais à linguagem escrita, e ainda tornou-se um instrumento pedagógico nas mãos do professor.
Nas últimas décadas o livro didático tem sido um objeto de análise para muitos pesquisadores. Após ter sido considerado por bibliográficos, educadores e intelectuais de vários setores, o livro didático passa a ser analisado sob várias perspectivas, ressaltando-se os aspectos educativos e seu papel na configuração da escola contemporânea. Segundo Bittencourt (online), “o livro didático é um objeto cultural contraditório que gera intensas polêmicas e críticas de muitos setores, mas tem sido sempre considerado como um instrumento fundamental no processo de escolarização”. Todavia, cabe ao professor a tarefa de se sensibilizar, e aguçar o seu senso crítico e analítico obtendo uma postura de questionamento com relação ao uso do livro didático em sala de aula.
O livro didático surgiu como um complemento aos livros clássicos. Assim, o livro didático é de uso restrito ao ambiente escolar, e reproduzia valores da sociedade, divulgando as ciências e a filosofia e reforçando a aprendizagem centrada na memorização. Porém, hoje o material didático tem uma função precípua, transferir os conhecimentos orais à linguagem escrita, e ainda tornou-se um instrumento pedagógico nas mãos do professor.
Nas últimas décadas o livro didático tem sido um objeto de análise para muitos pesquisadores. Após ter sido considerado por bibliográficos, educadores e intelectuais de vários setores, o livro didático passa a ser analisado sob várias perspectivas, ressaltando-se os aspectos educativos e seu papel na configuração da escola contemporânea. Segundo Bittencourt (online), “o livro didático é um objeto cultural contraditório que gera intensas polêmicas e críticas de muitos setores, mas tem sido sempre considerado como um instrumento fundamental no processo de escolarização”. Todavia, cabe ao professor a tarefa de se sensibilizar, e aguçar o seu senso crítico e analítico obtendo uma postura de questionamento com relação ao uso do livro didático em sala de aula.
CONCEITUANDO GÊNEROS DISCURSIVOS E CRÔNICA
Para Meurer e Motta-Roth (2002, p.17), “a preocupação em pesquisar, estudar, descrever, explicar e ensinar diferentes gêneros textuais tem se expandido por todo o país”. Essa expansão é vista a partir dos conceitos de gênero apresentado no livro didático e proposto pelos PCNs. Segundo Bakhtin (2003, p.262), “cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros discursivos”. Para o autor todos os campos da atividade humana estão vinculados ao uso da linguagem. E os enunciados utilizados nessas atividades refletem as condições específicas e as finalidades de cada campo através do conteúdo (temático) e do estilo da linguagem, e acima de tudo pela construção composicional. Dessa forma, esses três elementos estão ligados no todo do enunciado e são determinados da mesma maneira a partir da especificidade de um determinado campo da comunicação.
A crônica é o único gênero literário produzido essencialmente para ser vinculado na imprensa, seja nas páginas de um jornal ou revista. Este gênero é feito com uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando assim, no transcurso dos dias uma familiaridade entre o escritor e o leitor. Quanto as características da crônica esta por sua vez é, um comentário leve e breve sobre algum fato cotidiano. “Algo para ser lido enquanto se toma o café da manhã”, na feliz expressão de Fernando Sabino(apud GONZAGA; SERGIUS) (online). O comentário pode ser poético ou irônico mas o seu motivo, na maioria dos casos, é aquela notícia em que ninguém prestou atenção, o acontecimento insignificante, a cena corriqueira. A partir dessas trivialidades, o cronista surpreende a beleza, a comicidade, os aspectos singulares. O próprio Fernando Sabino (apud GONZAGA, SERGIUS) (online) tem uma das melhores delimitações de crônica, dizendo que:
ela busca o pitoresco ou o irrisório no cotidiano de cada um! Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num incidente doméstico, torno-me simples expectador.
A linguagem da crônica é uma mistura entre jornalismo e literatura e por isso deve transcender a mera informação, isto é, deve ser menos denotativa e mais pessoal. Assim, o estilo deve dar a impressão de naturalidade e a língua escrita aproxima-se da fala.(GONZAGA, SERGIUS) (online)
Para Meurer e Motta-Roth (2002, p.17), “a preocupação em pesquisar, estudar, descrever, explicar e ensinar diferentes gêneros textuais tem se expandido por todo o país”. Essa expansão é vista a partir dos conceitos de gênero apresentado no livro didático e proposto pelos PCNs. Segundo Bakhtin (2003, p.262), “cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros discursivos”. Para o autor todos os campos da atividade humana estão vinculados ao uso da linguagem. E os enunciados utilizados nessas atividades refletem as condições específicas e as finalidades de cada campo através do conteúdo (temático) e do estilo da linguagem, e acima de tudo pela construção composicional. Dessa forma, esses três elementos estão ligados no todo do enunciado e são determinados da mesma maneira a partir da especificidade de um determinado campo da comunicação.
A crônica é o único gênero literário produzido essencialmente para ser vinculado na imprensa, seja nas páginas de um jornal ou revista. Este gênero é feito com uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando assim, no transcurso dos dias uma familiaridade entre o escritor e o leitor. Quanto as características da crônica esta por sua vez é, um comentário leve e breve sobre algum fato cotidiano. “Algo para ser lido enquanto se toma o café da manhã”, na feliz expressão de Fernando Sabino(apud GONZAGA; SERGIUS) (online). O comentário pode ser poético ou irônico mas o seu motivo, na maioria dos casos, é aquela notícia em que ninguém prestou atenção, o acontecimento insignificante, a cena corriqueira. A partir dessas trivialidades, o cronista surpreende a beleza, a comicidade, os aspectos singulares. O próprio Fernando Sabino (apud GONZAGA, SERGIUS) (online) tem uma das melhores delimitações de crônica, dizendo que:
ela busca o pitoresco ou o irrisório no cotidiano de cada um! Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num incidente doméstico, torno-me simples expectador.
A linguagem da crônica é uma mistura entre jornalismo e literatura e por isso deve transcender a mera informação, isto é, deve ser menos denotativa e mais pessoal. Assim, o estilo deve dar a impressão de naturalidade e a língua escrita aproxima-se da fala.(GONZAGA, SERGIUS) (online)
ANÁLISE DO GÊNERO CRÔNICA NO LIVRO DIDÁTICO
Através da definição de gêneros discursivos de Bakhtin e das características da crônica, passa-se então para a análise do gênero crônica no livro didático de (CEREJA; MAGALHÃES, 2003). O capítulo analisado produção textual, é organizado segundo a proposta de trabalho com gêneros discursivos, a qual privilegia os gêneros indispensáveis para a formação de um cidadão com capacidades discursivas, e a crônica é um destes gêneros indispensáveis, já que aparece na imprensa nos jornais e revistas diariamente. E para certa camada da população, é a única manifestação literária acessível. Por isso, o uso desse gênero no livro didático se faz importante para o ensino de português, porque os gêneros são uma ferramenta que possibilitam ao professor explorar as diferentes práticas de linguagem. Então, o uso da crônica permite o exercício da subjetividade (do autor), o prazer e o sabor do texto próprios à arte da narrativa e da reflexão descompromissada. Logo, pode-se dizer que a crônica é um gênero dos tempos modernos, de leitura rápida, que se adapta à Internet. Pois, a leitura e a produção de um gênero permite um domínio ao falante que estabelece quadros de sentidos e comportamentos nas diferentes situações de comunicação com as quais se depara. Portanto, conhecer o gênero crônica significa, ser competente (no sentido de dominar um gênero), o que acarretará numa proficiência nos atos da linguagem e das práticas sociais do indivíduo.
Através da definição de gêneros discursivos de Bakhtin e das características da crônica, passa-se então para a análise do gênero crônica no livro didático de (CEREJA; MAGALHÃES, 2003). O capítulo analisado produção textual, é organizado segundo a proposta de trabalho com gêneros discursivos, a qual privilegia os gêneros indispensáveis para a formação de um cidadão com capacidades discursivas, e a crônica é um destes gêneros indispensáveis, já que aparece na imprensa nos jornais e revistas diariamente. E para certa camada da população, é a única manifestação literária acessível. Por isso, o uso desse gênero no livro didático se faz importante para o ensino de português, porque os gêneros são uma ferramenta que possibilitam ao professor explorar as diferentes práticas de linguagem. Então, o uso da crônica permite o exercício da subjetividade (do autor), o prazer e o sabor do texto próprios à arte da narrativa e da reflexão descompromissada. Logo, pode-se dizer que a crônica é um gênero dos tempos modernos, de leitura rápida, que se adapta à Internet. Pois, a leitura e a produção de um gênero permite um domínio ao falante que estabelece quadros de sentidos e comportamentos nas diferentes situações de comunicação com as quais se depara. Portanto, conhecer o gênero crônica significa, ser competente (no sentido de dominar um gênero), o que acarretará numa proficiência nos atos da linguagem e das práticas sociais do indivíduo.
DESCRIÇÃO DE COMO O GÊNERO É APRESENTADO AOS ALUNOS
O gênero crônica no livro Português: Linguagens (CEREJA; MAGALHÃES, 2003, p.283-284), é apresentado aos alunos a partir de uma crônica de Fernando Sabino intitulada “A última Crônica”. Este texto narra uma situação ocorrida no cotidiano, Fernando estava voltando para casa e entra num botequim para tomar um café, pois este está adiando o momento de escrever falta-lhe inspiração. Então o autor vê ao fundo do botequim um casal com sua filha que acabam de sentar-se, numa das últimas mesas. O pai após contar o dinheiro discretamente escolhe um pedaço de bolo, os três parecem estar em uma espécie de ritual. A mãe coloca três velas no bolo e eles cantam parabéns para a menina. Ninguém mais observava o casal somente o autor, o pai percebe que está sendo observado fica constrangido mas logo sorri. Assim, Fernando Sabino queria a sua última crônica, pura como aquele sorriso.
Após, o texto tem-se a interpretação que é apresentada a partir de quatro questões: duas perguntas objetivas, uma subjetiva e outra alternativa. Através destas questões os alunos começam a perceber as características necessárias para escrever uma crônica.
Depois, os autores (CEREJA; MAGALHÃES, 2003, p.285) fazem um panorama histórico do referido gênero explicitando como ele se apresenta, é um texto curto redigido numa linguagem descompromissada, coloquial, simples muito próxima do leitor. A crônica ainda apresenta poucas personagens e se inicia quando os fatos principais da narrativa estão por acontecer, o espaço e o tempo da crônica são limitados. O gênero admite narrador em 1ª ou 3ª pessoas, isto é, um narrador pode participar dos fatos e refletir sobre eles como personagem ou ser observador daquilo que narra ou comenta. Também é apresentado outro exemplo de crônica a carta de Pero Vaz de Caminha: A Primeira Crônica Brasileira, a qual complementa e exemplifica o panorama histórico que foi feito anteriormente.
(CEREJA; MAGALHÃES, 2003, p.286), nesta página o autor coloca em um quadro as características da crônica em tópicos. Logo após, é apresentado sugestões de atividades para a produção de uma crônica, com três propostas passando para a prática, na primeira proposta os autores sugerem que o aluno crie uma situação corriqueira semelhante a narrada por Fernando Sabino e que tenha sido presenciada ou vivida pelo aluno. Na segunda o aluno deverá tomar por base um fato atual amplamente divulgado pela imprensa escrita ou falada. E a terceira baseia-se numa fotografia de rachas. Dentro dessas propostas o aluno deverá apresentar o fato ou a situação escolhida procurando ir além do circunstancial, narrando com sensibilidade, ou com humor.
O gênero crônica no livro Português: Linguagens (CEREJA; MAGALHÃES, 2003, p.283-284), é apresentado aos alunos a partir de uma crônica de Fernando Sabino intitulada “A última Crônica”. Este texto narra uma situação ocorrida no cotidiano, Fernando estava voltando para casa e entra num botequim para tomar um café, pois este está adiando o momento de escrever falta-lhe inspiração. Então o autor vê ao fundo do botequim um casal com sua filha que acabam de sentar-se, numa das últimas mesas. O pai após contar o dinheiro discretamente escolhe um pedaço de bolo, os três parecem estar em uma espécie de ritual. A mãe coloca três velas no bolo e eles cantam parabéns para a menina. Ninguém mais observava o casal somente o autor, o pai percebe que está sendo observado fica constrangido mas logo sorri. Assim, Fernando Sabino queria a sua última crônica, pura como aquele sorriso.
Após, o texto tem-se a interpretação que é apresentada a partir de quatro questões: duas perguntas objetivas, uma subjetiva e outra alternativa. Através destas questões os alunos começam a perceber as características necessárias para escrever uma crônica.
Depois, os autores (CEREJA; MAGALHÃES, 2003, p.285) fazem um panorama histórico do referido gênero explicitando como ele se apresenta, é um texto curto redigido numa linguagem descompromissada, coloquial, simples muito próxima do leitor. A crônica ainda apresenta poucas personagens e se inicia quando os fatos principais da narrativa estão por acontecer, o espaço e o tempo da crônica são limitados. O gênero admite narrador em 1ª ou 3ª pessoas, isto é, um narrador pode participar dos fatos e refletir sobre eles como personagem ou ser observador daquilo que narra ou comenta. Também é apresentado outro exemplo de crônica a carta de Pero Vaz de Caminha: A Primeira Crônica Brasileira, a qual complementa e exemplifica o panorama histórico que foi feito anteriormente.
(CEREJA; MAGALHÃES, 2003, p.286), nesta página o autor coloca em um quadro as características da crônica em tópicos. Logo após, é apresentado sugestões de atividades para a produção de uma crônica, com três propostas passando para a prática, na primeira proposta os autores sugerem que o aluno crie uma situação corriqueira semelhante a narrada por Fernando Sabino e que tenha sido presenciada ou vivida pelo aluno. Na segunda o aluno deverá tomar por base um fato atual amplamente divulgado pela imprensa escrita ou falada. E a terceira baseia-se numa fotografia de rachas. Dentro dessas propostas o aluno deverá apresentar o fato ou a situação escolhida procurando ir além do circunstancial, narrando com sensibilidade, ou com humor.
O GÊNERO CRÔNICA EM CONTRAPONTO AOS PCNs
Os PCNs de Língua Portuguesa é um documento que, tem por objetivo parametrizar o ensino em território nacional. Assim, a postulação básica do documento é o ensino centrado no texto, quer em termos de leitura, ou em termos de produção.
O estudo de gêneros textuais segundo os PCNs (apud KOCK) (online) afirmam que:
Todo texto se organiza dentro de um determinado gênero (...). Os vários gêneros existentes, por sua vez, constituem formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura, que são caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Podemos ainda afirmar que a noção de gêneros refere-se a “famílias” de textos que compartilham algumas características comuns, embora heterogêneas, como visão geral da ação à qual o texto se articula, tipo de suporte comunicativo, extensão, grau de literariedade, por exemplo, extinto em números quase ilimitado os gêneros são determinados historicamente. As intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, geram usos sociais que determinam os gêneros, os quais dão forma aos textos(...)
Logo, é em Bakthin (apud KOCK) (online), que os PCNs ancoram a concepção dos gêneros textuais, e o autor os define como “tipos relativamente estáveis de enunciados, que possibilitam a comunicação humana”. Entretanto, percebe-se que a concepção de Bakthin não é estática, e é vista como um produto social, onde os gêneros estão sujeitos a mudança, decorrentes de transformações sociais, de novos procedimentos de organização e acabamento da arquitetura verbal e das modificações do lugar atribuído ao ouvinte.
De acordo com a LDB na seção IV, na disposição sobre o Ensino Médio, dá-se ênfase ao aprofundamento dos conhecimentos, e ao aprimoramento dos mesmos para o continuar aprendendo; aprimoramento como pessoas humana; a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual do pensamento crítico com flexibilidade, no qual o caráter de Língua Portuguesa deve ser basicamente comunicativo. Sendo assim, o processo de ensino-aprendizagem de LP, no Ensino Médio, deve pressupor a utilização dos gêneros textuais, no que se refere ao analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos/contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com as condições de produção/ recepção por meio da qual se faz presente e perceptível a produtividade e a colaboração na formação significativa do indivíduo crítico. (MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO; SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA; PCNEM, 1999)
Contudo, pode-se dizer que o uso do gênero crônica objeto de análise deste trabalho apresentado no livro didático de (CERJEA; MAGALHÃES, 2003), está de acordo com o ensino de língua portuguesa na perspectiva dos gêneros textuais, que é proposto pelo PCNEM. Pois, o livro mostra ao o aluno o gênero crônica contextualizado, a partir de um texto de Fernando Sabino, seguido da interpretação, de um panorama histórico juntamente com as características da crônica e por fim a produção textual. Logo, a partir destas atividades os autores tentam se aproximar da realidade do aluno em suas necessidades de utilização da linguagem. Desenvolvendo nos mesmos a habilidade de ler e produzir textos, e a competência de reconhecer os gêneros textuais.
Afinal, o objetivo maior do ensino de língua materna, segundo os PCNs, é dotar o aluno da capacidade de ler, observar, pensar e de expor suas reflexões através de uma produção textual crítica, pautada, prioritariamente de acordo com as necessidades sociais, na variedade culta da língua.
Os PCNs de Língua Portuguesa é um documento que, tem por objetivo parametrizar o ensino em território nacional. Assim, a postulação básica do documento é o ensino centrado no texto, quer em termos de leitura, ou em termos de produção.
O estudo de gêneros textuais segundo os PCNs (apud KOCK) (online) afirmam que:
Todo texto se organiza dentro de um determinado gênero (...). Os vários gêneros existentes, por sua vez, constituem formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura, que são caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Podemos ainda afirmar que a noção de gêneros refere-se a “famílias” de textos que compartilham algumas características comuns, embora heterogêneas, como visão geral da ação à qual o texto se articula, tipo de suporte comunicativo, extensão, grau de literariedade, por exemplo, extinto em números quase ilimitado os gêneros são determinados historicamente. As intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, geram usos sociais que determinam os gêneros, os quais dão forma aos textos(...)
Logo, é em Bakthin (apud KOCK) (online), que os PCNs ancoram a concepção dos gêneros textuais, e o autor os define como “tipos relativamente estáveis de enunciados, que possibilitam a comunicação humana”. Entretanto, percebe-se que a concepção de Bakthin não é estática, e é vista como um produto social, onde os gêneros estão sujeitos a mudança, decorrentes de transformações sociais, de novos procedimentos de organização e acabamento da arquitetura verbal e das modificações do lugar atribuído ao ouvinte.
De acordo com a LDB na seção IV, na disposição sobre o Ensino Médio, dá-se ênfase ao aprofundamento dos conhecimentos, e ao aprimoramento dos mesmos para o continuar aprendendo; aprimoramento como pessoas humana; a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual do pensamento crítico com flexibilidade, no qual o caráter de Língua Portuguesa deve ser basicamente comunicativo. Sendo assim, o processo de ensino-aprendizagem de LP, no Ensino Médio, deve pressupor a utilização dos gêneros textuais, no que se refere ao analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos/contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com as condições de produção/ recepção por meio da qual se faz presente e perceptível a produtividade e a colaboração na formação significativa do indivíduo crítico. (MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO; SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA; PCNEM, 1999)
Contudo, pode-se dizer que o uso do gênero crônica objeto de análise deste trabalho apresentado no livro didático de (CERJEA; MAGALHÃES, 2003), está de acordo com o ensino de língua portuguesa na perspectiva dos gêneros textuais, que é proposto pelo PCNEM. Pois, o livro mostra ao o aluno o gênero crônica contextualizado, a partir de um texto de Fernando Sabino, seguido da interpretação, de um panorama histórico juntamente com as características da crônica e por fim a produção textual. Logo, a partir destas atividades os autores tentam se aproximar da realidade do aluno em suas necessidades de utilização da linguagem. Desenvolvendo nos mesmos a habilidade de ler e produzir textos, e a competência de reconhecer os gêneros textuais.
Afinal, o objetivo maior do ensino de língua materna, segundo os PCNs, é dotar o aluno da capacidade de ler, observar, pensar e de expor suas reflexões através de uma produção textual crítica, pautada, prioritariamente de acordo com as necessidades sociais, na variedade culta da língua.
MANUAL DO PROFESSOR
O manual do professor apresentado por (CERJEA; MAGALHÃES, 2003), traz uma abordagem teórica dos gêneros textuais. E o manual tem uma função de apoio ao uso do livro do aluno e um suporte teórico-metodológico de grande importância para o professor do ensino médio. O manual se encontra no final do livro destinado aos docentes.
Os conteúdos apresentados no livro procuram atender às necessidades essenciais dos acadêmicos do Ensino Médio, de acordo com a LDB e os PCNEM, porém os autores particularmente seguem a área de linguagens, códigos e suas tecnologias.
A metodologia privilegia o ensino de língua portuguesa através dos diferentes campos que abrange a leitura/ literatura, produção de texto, e língua, pelas diferentes práticas da linguagem. Dessa forma, os conteúdos curriculares são expostos aos alunos a partir de um contexto, com significado de acordo com a realidade do acadêmico através de situações concretas de aprendizagem e desenvolvimento.
A produção textual é organizada pela perspectiva de um trabalho sistematizado pelos gêneros textuais ou discursivos. A qual privilegia os gêneros indispensáveis à formação de um cidadão competente discursivamente. Então (CERJEA; MAGALHÃES, 2003), passam a explicitar sobre a perspectiva utilizada em tópicos.
No tópico o que são gêneros os autores dão o conceito de gêneros e tipos textuais seguindo a linha Bakhtiniana, incluindo a problemática dos elementos da situação de comunicação que condicionam o funcionamento de todo ato de linguagem (quem fala, sobre o que fala, com quem fala, com qual finalidade, qual o suporte).
Os próximos tópicos: O “gênero como ferramenta”,“o gênero a serviço da construção do sujeito e da cidadania”, “Gêneros: a democratização do texto”. São privilegiadas as pesquisas do Grupo da Universidade de Genebra. Assim, Cereja e Magalhães apresentam alguns pontos-chave trabalhados por tais pesquisadores, que possibilita exercer uma ação lingüística sobre a realidade; contexto de produção; seqüência didática; oficinas de textos.
O manual termina tais discussões com algumas sugestões bibliográficas a respeito do assunto e com a afirmação de que “com o trabalho de produção textual centrado nos gêneros, o ato de escrever é dessacralizado e democratizado: pois todos os alunos devem aprender a escrever todos os tipos de textos” (CEREJA; MAGALHÃES, 2003, p. 10).
O manual do professor apresentado por (CERJEA; MAGALHÃES, 2003), traz uma abordagem teórica dos gêneros textuais. E o manual tem uma função de apoio ao uso do livro do aluno e um suporte teórico-metodológico de grande importância para o professor do ensino médio. O manual se encontra no final do livro destinado aos docentes.
Os conteúdos apresentados no livro procuram atender às necessidades essenciais dos acadêmicos do Ensino Médio, de acordo com a LDB e os PCNEM, porém os autores particularmente seguem a área de linguagens, códigos e suas tecnologias.
A metodologia privilegia o ensino de língua portuguesa através dos diferentes campos que abrange a leitura/ literatura, produção de texto, e língua, pelas diferentes práticas da linguagem. Dessa forma, os conteúdos curriculares são expostos aos alunos a partir de um contexto, com significado de acordo com a realidade do acadêmico através de situações concretas de aprendizagem e desenvolvimento.
A produção textual é organizada pela perspectiva de um trabalho sistematizado pelos gêneros textuais ou discursivos. A qual privilegia os gêneros indispensáveis à formação de um cidadão competente discursivamente. Então (CERJEA; MAGALHÃES, 2003), passam a explicitar sobre a perspectiva utilizada em tópicos.
No tópico o que são gêneros os autores dão o conceito de gêneros e tipos textuais seguindo a linha Bakhtiniana, incluindo a problemática dos elementos da situação de comunicação que condicionam o funcionamento de todo ato de linguagem (quem fala, sobre o que fala, com quem fala, com qual finalidade, qual o suporte).
Os próximos tópicos: O “gênero como ferramenta”,“o gênero a serviço da construção do sujeito e da cidadania”, “Gêneros: a democratização do texto”. São privilegiadas as pesquisas do Grupo da Universidade de Genebra. Assim, Cereja e Magalhães apresentam alguns pontos-chave trabalhados por tais pesquisadores, que possibilita exercer uma ação lingüística sobre a realidade; contexto de produção; seqüência didática; oficinas de textos.
O manual termina tais discussões com algumas sugestões bibliográficas a respeito do assunto e com a afirmação de que “com o trabalho de produção textual centrado nos gêneros, o ato de escrever é dessacralizado e democratizado: pois todos os alunos devem aprender a escrever todos os tipos de textos” (CEREJA; MAGALHÃES, 2003, p. 10).
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